domingo, 19 de agosto de 2007

E A EDUCAÇÃO TEM MOSTRADO NOVAS PERPECTIVAS?

Tendo em vista que o cenário da educação, no âmbito escolar, não tem conseguido atingir seus objetivos nas várias instâncias do seguimento humano: crianças, adolescentes, jovens e adultos, por vários motivos: Inércia quanto a realidade adolescente, ausência de ações interativas, de proposições de um futuro de sucesso, de interação, de motivação por parte do corpo docente e investimento por parte do poder público. Diante disso tenho percebido, e muito tem se falado na mídia, um crescente índice de violência praticados por adolescentes no município de fortaleza, sendo portanto, hora considerado um vitimizador de ações contra sociedade, hora considerado vítima, devido toda a vulnerabilidade vivenciada pela grande maioria dos adolescentes e levando em consideração as violações de direitos, tais como: saúde, moradia, lazer, profissionalização e principalmente uma educação de qualidade voltada para a formação humana.
Um grande fator que despertou o interesse para aprofundar o tema, foi a desmistificação de que só quem comete atos infracionais são adolescentes pobres, fato que tem se mostrado uma falácia, pois diante do nosso cenário social, o que se percebe é que em todas as camadas sociais existem ações delituosas praticados por adolescentes.
A família , a comunidade, a mídia e o poder público, em especial a educação, tem sido co-responsáveis de tais ações. A família considerada grande motivadora, devido a frenética vida social, que tem levado a uma apatia nas relações familiares, a uma solidão adolescente, uma sensação de vazio, ou do contrário, uma situação caótica de desestruturação e subsistência familiar. A comunidade não tem propiciado espaços suficientes para desenvolver as potencialidades e muitas vezes parece não acreditar mais nos adolescentes. A mídia tem contribuído para o aumento da violência adolescente, penso eu, principalmente através dos programas policiais, que acabam por encurralar cada vez mais os adolescentes para um caminho sem volta, sem perspectiva, ela tem negado o direito de mudar, de ressignificar e o mais grave tem estimulado um ódio doentio na sociedade, um desejo insaciável por vingança. Transmite para a população que adolescentes cometedores de atos infracionais são únicos responsáveis por seus atos, onde na verdade são apenas um entre todos os atores responsáveis, já citados. É necessário que a mídia abra espaços para discussão sobre a violência adolescente, para que assim todos possam pensar estratégias de superação e não de desistência. A educação precária, tema de grande abordagem nesta pesquisa, tem se apresentado fragilizada, cada vez mais, e tornado esse Ser que humano também é, sem perspectivas e vontade de vencer e superar seus obstáculos, em sonhar na possibilidade de ressignificar seus valores, em dar novo rumo a sua historia.
Considerando ser, a ressiginificação da escola , a grande reflexão que precisar ser levantada, me proponho aqui , a trazer a tona os questionamentos dos principais atores da discussão: os adolescentes em cumprimento de Liberdade Assistida e traçar com os mesmos, caminhos pedagógicos e alternativas de interação efetiva na escola. Para que esta torne-se um espaço de humanização, quebra de preconceitos, reconhecimento de suas falhas, mas acima de tudo de formação de seres humanos honestos, dignos e fraternos.

É NECESSÁRIO REFLETIR!

Desde o mês de agosto de 2005 até o presente momento venho trabalhando como Educador Social na Fundação da Criança e Família Cidadã – FUNCI, no programa de Liberdade Assistida Muncipalizada do município de Fortaleza, desde então tenho acompanhado inúmeros adolescentes nas várias dimensões de suas vidas: familiar, profissional e principalmente educacional. Temos o papel de tentar reinseri-los na comunidade escolar, haja visto que são sujeitos direitos como qualquer outro, portanto, portador do direito a escola, direito a educação. Nesse período pude acompanhar alguns adolescentes no ato de matricular-se na escola, assim como, no decorrer do período letivo, e na maioria das vezes os resultados desta busca são insatisfatórios, haja visto que o corpo gestor das escolas estão com um estigma muito forte sobre esses adolescentes, pois a escola considera que o adolescente cometedor de ato infracional é e sempre será o ato infracional cometido, sendo assim, não o querem receber e quando recebem é por via de instâncias legais da lei como : determinação do juizado da infância e da juventude ou Conselhos Tutelares. Nestas condições o adolescente entra no mundo da escola cheio de descrença , rotulado e com ameaças de que no primeiro acontecimento suspeito serão expulsos. Algumas vezes fomos comunicados de situações acontecidas na escola, e está queria que nos responsabilizássemos pelas respostas, vale salientar que determinadas situações não tinha relação alguma com os adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, mas pelo forte preconceito sobre eles, tudo de errado que acontecia e acontece ainda, recai sobre os mesmos. Muito diretores e professores não se sentem co-responsáveis por estes adolescentes, mas porque? se a escola está para atender a demanda da comunidade, ou seja, aos adolescentes que residem nas comunidades, e se estes adolescentes também fazem parte da comunidade, porque essa distinção? Porque a escola não tem reconhecido que os atos infracionais cometidos é também de sua responsabilidade? Porque não reconhece que falhou na educação infantil, fundamental? pois estes adolescentes um dia também já foram crianças e já estiveram na escola anteriormente. Porque não foi realizado um trabalho educativo de prevenção do ato infracional? Para que deixar tornar-se um problema social e agora os excluir sem sentir-se também culpado pelo caos atual? E qual o real papel da escola? É atender e educar somente aqueles adolescentes “bonzinhos”, e o desfio de lidar o complexo , com a “loucura adolescente”e sua lucidez. Claro que os outro seguimentos sociais são co-responsáveis mas não seria a escola a principal instancia de atuação?
Nos diálogos estudos de casos com os adolescentes podemos constatar uma grande carência no que se retrata ao universo escolar, são adolescentes entre doze e vinte e um ano incompletos, na maioria analfabetos e semi-analfabetos que não estudam ou não tem interesse em ser reinserido na escola. Porque será?A escola deixou de ser há muito tempo o lugar do “novo”, a grande questão deste trabalho é : Qual a expectativa deste adolescente no que se refere a educação escolar? O que fazer para motivar tanto os adolescentes , quanto o corpo escolar para uma mútua relação de aprendizagem?

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

terça-feira, 14 de agosto de 2007

É tão bom estar VIVO!

Sentir a brisa lhe tocar !
o mar
o sol
o Ser !